Mes regards de ta forêt

 













sans paroles

avec amour

pour toi, Pierre 

Conversas de asa de avião



Vão-se acomodando tranquilamente, uns ao lado dos outros, à medida da passagem do tempo. A asa é ampla e deixa livre uma boa superfície para trocas de lugares. Para os que estão ao Sol se poderem aliviar à sombra. Para os que estão à sombra se poderem iluminar. Para os que vão contra o vento, contra o tempo, poderem dar-lhes as costas. Para os que admiram o tempo passado, poderem deslumbrar-se com o que lá vem. Assim vivem os meus queridos mortos, em plena simplicidade, numa asa de avião.

- Quantos vidros nos separam? 

- Não importa. Tu vês e nós também.

Conversa íntima, esta...


Com e para:

o avô A, o eremita, a sábia, a pensadora, o músico, o poeta pintor, o meigo, o generoso, a mulher azul, o padrinho, a artista, o porto seguro, a fada bruxa, o amigo, a cantora e o querido rapaz do olhar fundo.




Nuria

Daqui para ti corre uma ribeira que vai dar ao mar. 

É a minha ribeira que vai dar ao teu mar. 

E tu, querida Nuria, serás sempre a papoila vermelha que cresce nas margens para colorir a nossa memória.


Barragem de Póvoa e Meadas (Ribeira de Nisa)
1 de fevereiro de 2022