Passeio no céu

Gosto tanto deste céu azul do outono, em que as nuvens se passeiam todas à mesma altitude. Parece que se me oferecem com formas que reconheço, mais ou menos...





Quem quer figos? Quem quer almoçar?

Há figuinhos de capa rota!

Olhó figo madurinho!

Quem quer figos quem quer almoçar? 










Dedico esta publicação aos meus saudosos amigos e amigas do projecto "Entre Vizinhos"

Há ovelhas no céu

A chuva foi farta e boa.
O ar está limpo.
As flores pintaram o lugar, outra vez.
As papoilas tardias continuam a surpreender.
O abacateiro renasceu do banquete que serviu as ovelhas.
As lavandas e as abelhas andam numa azáfama.
Os desenhos do Nascente são belos, como são os do Poente.
Já a buganvília, prefere o Nascente.
O lugar está à espera, à nossa espera.

Cebolas

As daqui são saborosas.

São lindas quando revelam a sua flor.

São surpreendentes quando desenham com o Sol.

























Sou grata por as ter por cá.

Natureza

 
















Este calor que me aquece as costas pela manhã 

Que me enche de energia para o dia

Há lugar para todos


com humildade, respeito e admiração








tolerância e curiosidade










e educação.




 

Joan Margarit

TANTES CIUTATS ON HAVÍEM D’ANAR  

 El nostre somni és fet de ciutats cultes

amb música i cafès hospitalaris,
la majestat d’un port i estacions
de ferro i vidre amb trens brunyits pels vespres
i per la pluja, la mateixa pluja
que ens acompanya en un petit hotel
o des de les finestres d’un museu.
Hi ha recers a l’empara de grans arbres,
gent callada, educada i ben vestida,
i les silencioses llibreries
on els ulls vaguen mentre cau la tarda.
 
Tantes ciutats on havíem d’anar, oh estimada.
La lluna surt damunt dels ponts de ferro
dels anys quan canvià la nostra llei.
Des de llavors el temps és una pluja
que ens ha amarat igual que una teulada.
Però en la llum del pati hem vist els temples
de marbre blanc i travertí daurat.
Hem trobat, als carrers de petits pobles,
fastuosos estucs de color terra
esgrafiats pel vent. Aquesta casa
del balcó i de l’eixida té una llum
de conversa i refugi. De nosaltres,
el qui quedi tindrà el xiprer i les heures
per fer-li de record i companyia
fins que ens trobem a les ciutats del somni.
 
 
poema retirado do livro "Misteriosamente Feliz. Uma Antologia" 
de Joan Margarit
Edição bilingue da editora Língua Morta
Organização de Miguel Filipe Mochila



 Para mim, o Catalão é uma língua musical, cheia de outras línguas. 
A poesia de Joan Margarit é cheia de Catalão, de paisagens e de arquitecturas. 
Obrigada e até sempre, caro poeta arquitecto.

Confinar nos livros

Que sorte é ter pequenas bibliotecas que aquecem a alma, o espírito e o corpo.









Obrigada a todos os escritores, poetas e desenhadores, 
de sonhos e conhecimentos... 






Que sorte é ler "O Infinito num Junco".
Obrigada Irene Vallejo por tantos livros num só.