Da minha janela vejo o Mar. Sim, o oceano!
Vejo também vários planos de montanhas em claro escuro. Aquelas entre as quais corre uma ribeira fresca ladeada de um Nogueiral antigo e amoras silvestres quase maduras.
Quando estou bem atenta, vejo a Garça-nocturna a atravessar o céu da madrugada.
Há um dia em que a minha janela se abre para a copa frondosa de um Freixo que reconheço, e entra o ar limpo.
Mesmo quando da minha janela parece ser apenas visível um pano amarelo sujo recortado por tristes rectângulos negros, abro os olhos bem abertos de dentro para fora e vejo um recorte delicado de sucessivos telhados e mirantes que se destacam do rio ao fundo.
Da minha janela vejo quase tudo o que me faz falta.